terça-feira, 16 de março de 2010

CURIOSIDADES NO LIVRO DE ESTER

O LIVRO DE ESTER É O ÚNICO ENTRE TODOS OS LIVROS, PORQUE EM NENHUM DOS SEUS DEZ CAPÍTULOS É MENCIONADO O NOME DE DEUS

O livro de Ester é único entre todos os livros da Bíblia, porque em nenhum dos seus dez capítulos é mencionado o nome de Deus. Tal fato tem levado alguns estudiosos a concluírem que ele não possui caráter canônico. Certa vez, Martim Lutero chegou a dizer que gostaria que ele nem tivesse existido. Mas quanto mais você lê esse livro relativamente pequeno, mais reconhece a providência divina. Essa providência não é revelada de nenhuma forma miraculosa; antes, podemos observar que ela acontece de forma muito natural, à medida que contemplamos o desfecho de circunstâncias que culminam com a ascensão dos judeus, contrariando dessa forma a sua tão cuidadosamente planejada aniquilação.

“Nos dias de Assuero, o Assuero que reinou desde a Índia até à Etiópia, sobre cento e vinte e sete províncias, naqueles dias, assentando-se o rei Assuero no trono do seu reino, que está na cidadela de Susã, no terceiro ano de seu reinado, deu um banquete a todos os seus príncipes e seus servos, no qual se representou o escol da Pérsia e Média, e os nobres e príncipes das províncias estavam perante ele” (Ester 1.1-3).

Antes de iniciarmos nosso estudo, vamos identificar o rei Assuero. No livro Explore The Book, escrito por J. Sidlow Baxter, lemos:

O nome do filho de Dario foi decifrado como Khshayarsha, que, ao ser traduzido para o grego, é Xerxes, e que, traduzido para o hebraico, é, praticamente, letra por letra, Akhashverosch, o que corresponde a Assuero em português.

Os méritos para a primeira identificação de Assuero como Xerxes vão para Georg Friedrich Grotefend. Quando jovem estudante na Universidade de Göttingen, ele se propôs a decifrar pacientemente os personagens curiosos e bem delineados que foram encontrados em inscrições nas ruínas da antiga cidade persa de Persépolis. O nome do filho de Dario foi decifrado como Khshayarsha, que, ao ser traduzido para o grego, é Xerxes, e que, traduzido para o hebraico, é, praticamente, letra por letra, Akhashverosch, o que corresponde a Assuero em português. Presumindo que o nome era lido na língua persa, a identidade de Assuero estava estabelecida; e achados mais recentes corroboraram as descobertas de Grotefend.

A riqueza de detalhes dos eventos documentados nas Escrituras sempre me impressiona. A história não começa com “era uma vez”, mas identifica o nome do rei da época: Assuero. A extensão do império também é claramente definida: “da Índia... até à Etiópia”. Onde esse homem governava? “...na cidadela de Susã”. Quando isso ocorreu? “No terceiro ano do seu reinado”. Quem estava envolvido? “...os poderosos da Pérsia e Média, e os nobres e príncipes”. Se alguma dúvida surgir, podemos comparar esses dados com evidências arqueológicas obtidas de pratos de cobre, tabuinhas de barro, remanescentes de ruínas ou inúmeras outras fontes de documentos históricos.

O evento sobre o qual iremos falar começa quando a rainha se recusa a obedecer às ordens do rei. Já li vários comentários sobre a razão pela qual a rainha Vasti se recusou a atender o convite de seu marido. Um grande número de estudiosos da Bíblia concluiu que a rainha era uma pessoa de caráter íntegro que se recusou a participar de uma orgia de bêbados, promovida pelo seu marido e os demais membros da nobreza. Essa conclusão é baseada no estudo da história que identifica o rei Xerxes como um indivíduo emocionalmente instável, que era cruel em suas atitudes e imprevisível em suas ações. Isso pode soar um tanto lógico para muitas pessoas hoje em dia, uma vez que não é mais comum atualmente que uma esposa atenda a uma ordem do marido. Esse tipo de comportamento foi a base para o movimento de busca de direitos iguais para homens e mulheres. Em nossa sociedade moderna, tornou-se quase impossível continuar seguindo os costumes antigos. Na maioria das famílias, tanto o marido quanto a mulher trabalham a fim de sustentar o lar. Em muitos casos, o salário da mulher é até mais alto que o do marido; por isso, parece não haver sentido em que um dos parceiros do casamento esteja acima do outro. Em outras palavras, esse é um processo evolucionário natural. Quem pode discutir com essa conclusão lógica: se a sua esposa trabalha o dia inteiro e volta para casa para encontrar um lar desarrumado, por que você não deveria ajudá-la com os afazeres domésticos? Eu apoio esse comportamento de todo o coração e acrescento ainda um forte “Amém!”

Podemos nos opor a esse desenvolvimento o quanto quisermos; podemos identificá-lo como uma filosofia da Nova Era ou algo antifamília. Esse até pode ser o caso e não discordo disso. Mas, fatos são fatos. Nós não estamos apenas vivendo em um tempo onde a igualdade entre maridos e esposas é uma realidade, mas também em uma época em que as crianças também são freqüentemente incluídas nas decisões familiares.

Contudo, três fatores me fazem discordar dos meus colegas a respeito da reação da rainha Vasti:

1) No versículo 5 lemos: “...deu o rei um banquete a todo o povo que se achava na cidadela de Susã, tanto para os maiores como para os menores...” Tratava-se de um evento oficial e autorizado, baseado em uma ordem do rei.

2) “Também a rainha Vasti deu um banquete às mulheres na casa real do rei Assuero” (v. 9). É enfatizado o fato de a rainha ter oferecido uma festa para as mulheres na casa que pertencia ao rei Assuero, indicando que ela lhe era sujeita. Aparentemente, nenhuma provisão legal foi feita para que a rainha Vasti realizasse seu próprio evento; portanto, ela agiu fora da lei.

3) No versículo 8 lemos: “Bebiam sem constrangimento, como estava prescrito”. Essa civilização era bem avançada e governada pela lei. Várias evidências de antigos artefatos testificam que essa era uma civilização bem desenvolvida. Veremos mais tarde que as leis eram tão poderosas, que nem o próprio rei poderia passar por cima delas. Por isso, a interpretação de que a rainha Vasti teria justificadamente se oposto ao banquete de bêbados não tem fundamentação bíblica.

A rainha havia infringido a lei! Vasti havia se rebelado contra a autoridade estabelecida pela civilização persa.

Arriscando a possibilidade de ser mal-entendido, eu me aventuro a dizer que a rainha Vasti era uma feminista, que estava interessada somente em fazer a sua própria vontade, mesmo se isso importasse em desrespeitar a autoridade de seu marido, o que podemos constatar no versículo 12: “Porém a rainha Vasti recusou vir por intermédio dos eunucos, segundo a palavra do rei, pelo que o rei muito se enfureceu e se inflamou de ira”.

Embora vejamos que o rei estava de fato irado, ele não agiu como um bêbado irresponsável, ou como um ditador insensível que abusava de sua autoridade. O rei Assuero convocou todos os seus conselheiros oficiais: “...os sábios que entendiam dos tempos (porque assim se tratavam os interesses do rei na presença de todos os que sabiam a lei e o direito” (v. 13). Uma questão foi levantada: “O que deveria ser feito à rainha Vasti, segundo a lei?” Novamente, vemos que o manejo da situação envolvia um procedimento ordenado, uma questão legal, com conseqüências nacionais. A rainha havia infringido a lei! Vasti havia se rebelado contra a autoridade estabelecida pela civilização persa. É interessante observar que o rei deu uma ordem quase idêntica ao que é dito no Novo Testamento: “...cada homem deve ser senhor de sua própria casa” (Ester 1.22). Em 1 Timóteo 3.5 lemos: “pois se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?” Para um homem servir a Deus, é necessário que ele governe sua própria casa. A rainha Vasti estava dando seu banquete na casa do rei.

Mordecai, o judeu
O povo judeu, que tinha sido disperso de Jerusalém e levado cativo à terra de Babilônia, que mais tarde acabou sendo governada pelos medo-persas, vivia aparentemente em paz e gozava de prosperidade. Dentre aqueles judeus havia um de nome Mordecai, que tinha uma sobrinha chamada Ester. Quando Mordecai descobriu que a rainha Vasti havia se separado do rei Assuero, o que resultou em sua dispensa, e que o rei procurava uma nova rainha, ele apresentou Ester como candidata.

Ester logo tornou-se a favorita do rei e lemos: “Assim foi levada Ester ao rei Assuero, à casa real, no décimo mês, que é o mês de tebete, no sétimo ano do seu reinado” (Ester 2.16).

O povo judeu tinha sido disperso de Jerusalém e levado cativo à terra de Babilônia, que mais tarde acabou sendo governada pelos medo-persas. Dentre aqueles judeus havia um de nome Mordecai.

O tio Mordecai permanecia observando tudo de longe. Ele era um servo fiel do rei gentio e aparentemente cumpria tudo o que a lei exigia. Contudo, havia uma exceção: Mordecai, o judeu, recusou-se a curvar-se diante do primeiro-ministro do reino, chamado Hamã, o agagita: “Todos os servos do rei que estavam à porta do rei, se inclinavam e se prostravam perante Hamã; porque assim tinha ordenado o rei a respeito dele. Mordecai, porém, não se inclinava, nem se prostrava” (Ester 3.2).

Será que Mordecai se recusou a se prostrar diante de Hamã porque ele reconhecia a arrogância desse homem? Será que ele não o honrou porque estaria sendo hipócrita? Nós sabemos através de outros versículos que o ato de se curvar perante uma autoridade ou um hóspede estimado era muito comum naqueles dias. Uma coisa é certa, Mordecai não se curvaria perante Hamã. Até os servos do rei perguntaram: “por que transgrides as ordens do rei?” (Ester 3.3). Mordecai deliberadamente violou o mandamento do rei. Obviamente Hamã tinha autoridade para eliminar Mordecai. Aparentemente, esse homem estava tão cheio de orgulho e ódio, que matar somente um homem não iria satisfazer-lhe os desejos. Então, ele planejou a aniquilação de todo o povo judeu existente no reino: “Porém teve como pouco, nos seus propósitos, o atentar apenas contra Mordecai, porque lhe haviam declarado de que povo era Mordecai, por isso, procurou Hamã destruir todos os judeus, povo de Mordecai, que havia em todo o reino de Assuero” (Ester 3.6).

A fim de cumprir seus intentos malignos, Hamã tinha que proceder de conformidade com a lei. Sendo um confiável oficial do governo, ele apresentou seu caso ao rei: “Então disse Hamã ao rei Assuero: Existe espalhado, disperso entre os povos em todas as províncias do teu reino, um povo cujas leis são diferentes das leis de todos os povos e que não cumpre as do rei, pelo que não convém ao rei tolerá-lo. Se bem parecer ao rei, decrete-se que sejam mortos, e, nas próprias mãos dos que executarem a obra, eu pesarei dez mil talentos de prata para que entrem nos tesouros do rei. Então, o rei tirou da mão o seu anel, deu-o a Hamã, filho de Hamedata, agagita, adversário dos judeus” (Ester 3.8-10). Hamã misturou a verdade com mentiras. O fato de que as “leis [do povo judeu] são diferentes das leis de todos os povos” era verdade, mas ele acrescentou uma mentira óbvia: “...e não cumpre as [leis] do rei...” Mordecai foi quem quebrou a lei, não os demais judeus. De qualquer forma, o destino dos judeus estava selado! O versículo 13 nos dá os detalhes: “Enviaram-se as cartas, por intermédio dos correios, a todas as províncias do rei, para que se destruíssem, matassem e aniquilassem de vez a todos os judeus, moços e velhos, crianças e mulheres, em um só dia, no dia treze do duodécimo mês, que é o mês de adar, e que lhes saqueassem os bens” (Ester 3.13). O terceiro capítulo conclui: “o rei e Hamã se assentaram a beber, mas a cidade de Susã estava perplexa”. As pessoas estavam impressionadas, o rei não sabia de nada, e Hamã se regozijava porque seus planos estavam se realizando.

Sem dúvida os judeus, que tinham ganhado riquezas na terra do cativeiro, tornaram-se parte integral desse reino próspero. De repente, essa nova lei foi introduzida e consistia em uma sentença de morte para todo o povo judeu. Que terrível tragédia foi para os judeus saberem que todos iriam ser executados no dia 13 do mês de adar.

As propriedades e as riquezas que eles haviam acumulado seriam dadas para seus piores inimigos. Como eles devem ter clamado a Deus: “Oh! Senhor, como podes deixar isso acontecer conosco? Nós somos o teu povo, a quem o Senhor tirou da escravidão do Egito. O Senhor nos fez uma grande nação, mas temos pecado contra ti. O Senhor nos rejeitou novamente, mas prometeu que nos traria de volta, e agora toda a nossa esperança está perdida e estamos por perecer”. O que os judeus não sabiam é que todos os seus inimigos seriam identificados pela sua sentença de morte. Não havia muita dúvida de que aqueles que odiavam os judeus estavam deixando bem claro que viriam ao seu encalço. Eles provavelmente os atormentaram contando os dias. Os inimigos não podiam tocá-los enquanto o dia determinado não chegasse, porque os judeus estavam protegidos pela lei como o restante do povo. A lei e a ordem foram implementadas pela autoridade do rei. Os judeus estavam seguros até o dia 13 do mês de adar, quando uma outra lei se tornaria efetiva.

Nesse meio tempo, Mordecai e todos os judeus do reino começaram a orar: “...havia entre os judeus grande luto, com jejum e choro, e lamentação; e muitos se deitavam em pano de saco e em cinza” (Ester 4.3).

A rainha Ester
Foi nessa hora que Ester entrou em cena. Mordecai a contactou com uma afirmação profundamente profética: “Porque se de todo te calares agora, de outra parte se levantará para os judeus socorro e livramento, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para conjuntura como esta é que foste elevada a rainha?” (Ester 4.14). A profunda fé de Mordecai no Deus de Israel é evidente. Ele ainda acreditava em um livramento mas não sabia como este iria acontecer.

Ester reconheceu que sua situação era precária porque ela não poderia se aproximar do rei sem a sua permissão. Contudo, essa mulher determinada, que teve um papel fundamental na salvação física dos judeus, tinha tomado uma decisão. Se fosse necessário, ela estava preparada para dar a vida pelo seu povo: “...se perecer, pereci” (Ester 4.16).

Ester chegou à conclusão de que a vida do seu povo era mais importante que a dela.

Ester chegou à conclusão de que a vida do seu povo era mais importante que a dela. Ela infringiu a lei, aproximando-se do rei sem um convite formal, e encontrou graça perante o rei Assuero: “Quando o rei viu a rainha Ester parada no pátio, alcançou ela favor perante ele; estendeu o rei para Ester o cetro de ouro que tinha na mão; Ester se chegou e tocou a ponta do cetro” (Ester 5.2). Esse gesto foi o primeiro sinal de esperança para a salvação de Israel. O cetro é um símbolo e uma expressão do poder real. Embora esse cetro estivesse nas mãos do rei Assuero, o verdadeiro poder repousa sobre o cetro ao qual Jacó se referiu profeticamente quando falou a respeito de Judá: “O cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de entre seus pés, até que venha Siló; e a ele obedecerão os povos” (Gênesis 49.10).

Mais tarde na história, lemos sobre Balaão, o profeta gentio que descreveu o povo do cetro: “Vê-lo-ei, mas não agora; contemplá-lo-ei, mas não de perto; uma estrela procederá de Jacó, de Israel subirá um cetro que ferirá as têmporas de Moabe e destruirá todos os filhos de Sete” (Números 24.17).

Por isso, quando lemos que: “o rei apontou para Ester o cetro de ouro que estava em sua mão”, devemos perceber que esse era mais do que um ornamento decorado de ouro na mão de um rei gentio; era a providência de Deus para Israel que estava naquele cetro.

Como Ester reagiu? Ela falou ao rei imediatamente sobre a catástrofe que aconteceria ao seu povo? Ela implorou por misericórdia? Não. Ester sabia que estava na presença do rei que possuía o poder pelo qual poderia decretar uma nova lei. De forma sábia, Ester primeiro procurou criar uma amizade não somente com o rei, mas também com o inimigo: “Respondeu Ester: Se bem te parecer, venha o rei e Hamã, hoje, ao banquete que eu preparei ao rei” (Ester 5.4).

Durante o banquete, o rei perguntou: “Qual é a tua petição?” (Ester 5.6). Ester respondeu: “se achei favor perante o rei, e se bem parecer ao rei conceder-me a petição, e cumprir o meu desejo, venha o rei com Hamã ao banquete que lhes hei de preparar amanhã, e então farei segundo o rei me concede” (Ester 5.8). A rainha Ester foi cautelosa. Ela se comportou com dignidade real e convidou Hamã e o rei para um outro banquete no dia seguinte.

Cheio de alegria e completamente cego quanto ao seu destino, Hamã proclamou a sua esposa e amigos: “Contou-lhes Hamã a glória das suas riquezas e a multidão de seus filhos, e tudo em que o rei o tinha engrandecido, e como o tinha exaltado sobre os príncipes e servos do rei” (Ester 5.11). A grande honra que lhe fora dada não o fez consciente da sua própria desgraça; aliás, o que aconteceu foi exatamente o oposto: ele mergulhou em uma escuridão ainda maior. Hamã disse: “Porém tudo isto não me satisfaz, enquanto vir o judeu Mordecai assentado à porta do rei” (Ester 5.13). Aí sua esposa se envolveu: “Então, lhe disse Zeres, sua mulher, e todos os seus amigos: Faça-se uma forca de cinqüenta côvados de altura, e, pela manhã dize ao rei que nela enforquem Mordecai; então, entra alegre com o rei ao banquete. A sugestão foi bem aceita por Hamã, que mandou levantar a forca” (Ester 5.14). A execução de Mordecai foi agendada para o dia seguinte, antes que Hamã comparecesse ao banquete.

O rei não conseguia dormir
No começo do capítulo 6, ficamos sabendo que o rei, a quem o cetro fora concedido, não estava conseguindo dormir à noite. Se o rei tivesse conseguido dormir, Mordecai provavelmente teria sido executado e Hamã teria conseguido agir com autoridade. Mas Deus não havia planejado as coisas assim. Primeiro era necessário que Mordecai fosse poupado, e que o orgulhoso Hamã fosse humilhado e preparado para sua própria execução.

Quando foram lidas as crônicas diante do rei insone, achou-se escrito que certa vez Mordecai tinha salvado a vida de Assuero. Então o rei perguntou: “Que honras e distinções se deram a Mordecai por isso?” (Ester 6.3). Semelhantemente aos nossos dias, esse fato havia-se perdido em meio à burocracia do reino: “Nada lhe foi conferido” (v. 3), foi a resposta do servo.

Nesse caso, a insônia fez com que o rei ficasse alerta. Ele não agiu irracional e irresponsavelmente como fez quando deu ouvidos ao argumento de Hamã a respeito da aniquilação do povo judeu.

Uma observação pessoal: talvez a solução para sua insônia não esteja em remédios, visitas a médicos ou terapeutas. Pode ser que a hora da sua insônia seja um tempo em que Deus deseja falar com você. Sei que muitos sofrem de uma ou mais das inúmeras causas físicas ou emocionais que podem causar insônia. Mas em certas ocasiões não há razão para ela; você simplesmente não consegue dormir. Essa é uma hora ideal para se ocupar com o seu Criador; abra o livro, o Seu livro, e perceba que Ele salvou a sua vida. Você escapou de uma eternidade perdida e sem Deus para a presença na mansão real. Que honra foi dada a Ele que lhe salvou? Ele fez com que nossas Bíblias fossem escritas para que pudéssemos entender Suas intenções. Em suas páginas você encontrará uma declaração de amor: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16). Você já ofereceu uma resposta a essa oferta? Se ainda não, faça-o hoje.

Você já leu a acusação que Jesus fez às pessoas de Jerusalém: “Nunca lestes nas Escrituras...?” (Mateus 21.42)? Você quer saber sobre o futuro? Use a sua insônia para ler mais sobre ele e então reaja ao que tiver lido através de uma conversa com Jesus. Ninguém nunca orou tanto como Jesus; Ele passava noites inteiras em oração. Durante Seus últimos dias, Ele teve que repreender Seus discípulos: “Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo?” (Mateus 26.40). Pode muito bem ser que Deus providenciará essa insônia para que você tome uma posição sacerdotal em favor daqueles que estão por perecer. Vidas estão em jogo! Conforme Apocalipse 1.6, Jesus, “nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai”. Seja como a rainha Ester, que estava pronta a abrir mão de sua vida para ir à presença do rei e interceder sacerdotalmente pelo seu povo. Você fará isso hoje?

Hamã levou Mordecai montado em um dos cavalos do rei, elogiando-o em alta voz, para todos ouvirem.

A confiança que o rei tinha em Hamã era impressionante. Parece que, coincidentemente, Hamã estava no átrio do palácio do rei, pronto para pedir permissão para enforcar Mordecai na forca que já havia preparado. Naquele exato momento, o rei o chamou e perguntou: “Que se fará ao homem a quem o rei deseja honrar?” (Ester 6.6). Com presunção, cegueira espiritual e o coração cheio de ódio, Hamã só conseguia pensar que ele era esse homem a quem o rei tinha o desejo de honrar. Por isso, disse sem hesitar: “tragam-se as vestes reais, que o rei costuma usar, e o cavalo em que o rei costuma andar montado, e tenha na cabeça a coroa real; entreguem-se as vestes e o cavalo às mãos dos mais nobres príncipes do rei, e vistam delas aquele a quem o rei deseja honrar; levem-no a cavalo pela praça da cidade e diante dele apregoem: Assim se faz ao homem a quem o rei deseja honrar” (Ester 6.8-9). O rei sabia que Mordecai era judeu? Ele sabia que Hamã o odiava? A ordem do rei para Hamã foi a pior coisa que lhe poderia ter acontecido. Ele estava tão confiante em sua vitória que o orgulho lhe subiu à cabeça. Agora, porém, ele teria que desfilar pela cidade falando para as pessoas que Mordecai era o homem que o rei se alegrava em honrar. Os cidadãos de Susã estavam indubitavelmente confusos. Eles ficaram chocados com a proclamação de que todos os judeus deveriam ser mortos em determinado dia. Certamente eles sabiam que tinha sido Hamã quem havia expedido tal ordem. No entanto, agora ele estava levando Mordecai montado em um dos cavalos do rei, elogiando-o em alta voz, para todos ouvirem.

Assim que retornou ao palácio, “Hamã se retirou correndo para casa, angustiado e de cabeça coberta” (Ester 6.12). Aí ele recebeu notícias ainda piores: “Então, os seus sábios e Zeres, sua mulher, lhe disseram: Se Mordecai, perante o qual já começaste a cair, é da descendência dos judeus, não prevalecerás contra ele; antes, certamente, cairás diante dele” (Ester 6.13). Com certeza, o povo de Susã já estava familiarizado com os judeus. Eles viviam juntos na mesma cidade que abrigava as sinagogas onde os judeus se reuniam. Eles trabalhavam para se sustentar. Alguns eram bem-sucedidos e contratavam outros, criando empregos. Não temos razão nenhuma para acreditar que os judeus daquela época em Susã eram diferentes dos de hoje. A frase “Se Mordecai... é da descendência dos judeus...”, indica que eles eram respeitados e conhecidos pela sua adoração ao Deus invisível e pelo estudo da Sua Palavra.

Hamã havia articulado uma estratégia infalível, e a aniquilação dos judeus estava certa; apenas um curto período de tempo os separava da vida e da morte. Eles também sabiam que a lei outorgada pelo rei não poderia ser revogada. Uma vez que a lei fora sancionada com o selo real, ela tinha que ser aplicada. Isso indica claramente que o governo medo-persa era de qualidade muito superior às formas de governo que temos hoje. Agora, os políticos podem prometer muitas coisas aos seus eleitores, mas quando são eleitos eles não são obrigados, por lei, a manter suas promessas. Portanto, compreendemos que das quatro potências gentílicas – Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma – a última é a inferior. No livro de Daniel, capítulo 2, vemos a composição das quatro potências mundiais: Babilônia, representada pelo ouro; Medo-Pérsia, prata; Grécia, cobre; e Roma, ferro e barro. Portanto, a inferioridade de todos os governos após a Babilônia e a Medo-Pérsia é evidente.

Hamã nem tinha bem terminado de ouvir as terríveis notícias de sua própria esposa e de seus conselheiros quando uma mensagem urgente do rei o interrompeu: “Falavam estes ainda com ele quando chegaram os eunucos do rei e apressadamente levaram Hamã ao banquete que Ester preparara” (Ester 6.14).

Hamã é desmascarado
Esse banquete privado que a rainha Ester havia preparado era realmente muito especial. O convidado de honra era Hamã, e pela terceira vez o rei perguntou: “Qual é a tua petição, rainha Ester?” (Ester 7.2). Aí, outra revelação devastadora foi feita: “Então, respondeu a rainha Ester e disse: Se perante ti, ó rei, achei favor, e se bem parecer ao rei, dê-se-me por minha petição a minha vida, e, pelo meu desejo, a vida do meu povo. Porque fomos vendidos, eu e o meu povo, para nos destruírem, matarem e aniquilarem de vez; se ainda como servos e como servas nos tivessem vendido, calar-me-ia, porque o inimigo não merece que eu moleste o rei” (Ester 7.3-4). O rei Assuero, que havia depositado sua total confiança em Hamã, aparentemente não tinha investigado coisa alguma sobre as origens da rainha Ester. Ele não sabia que ela era judia. “Então, falou o rei Assuero e disse à rainha Ester: Quem é esse e onde está esse cujo coração o instigou a fazer assim?” (Ester 7.5). De forma triunfante, Ester havia chegado ao ponto final de seu plano. Essa frágil e bonita mulher, que arriscou sua vida para salvar seu povo, agora tinha a atenção do rei, a maior autoridade naquela terra. “Respondeu Ester: O adversário e inimigo é este mau Hamã. Então Hamã se perturbou perante o rei e a rainha” (Ester 7.6).

“Hamã, porém, ficou para rogar por sua vida à rainha Ester, pois viu que o mal contra ele já estava determinado pelo rei” (Ester 7.7).

Hamã tinha toda a razão de estar com medo. Agora esse homem, que antes fora tão ousado e corajoso, revelou-se um covarde: “Hamã, porém, ficou para rogar por sua vida à rainha Ester, pois viu que o mal contra ele já estava determinado pelo rei” (Ester 7.7). O fim de Hamã tinha chegado; não havia mais chance para misericórdia: “Tendo o rei dito estas palavras, cobriram o rosto de Hamã” (Ester 7.8). Um homem condenado não poderia mais olhar para a face do rei. A forca que Hamã havia construído para matar Mordecai, o judeu, tornou-se instrumento de sua própria execução: “Enforcaram, pois, Hamã na forca que ele tinha preparado para Mordecai. Então, o furor do rei se aplacou” (Ester 7.10).

O último pedido da rainha Ester
Hamã foi executado e Mordecai foi exaltado. Contudo, os problemas do povo judeu no reino ainda não estavam resolvidos.

Novamente, Ester arriscou sua vida: “Falou mais Ester perante o rei e se lhe lançou aos pés; e, com lágrimas lhe implorou que revogasse a maldade de Hamã, o agagita, e a trama que havia empreendido contra os judeus” (Ester 8.3). Novamente, “estendeu o rei para Ester o cetro de ouro...” (Ester 8.4). Esse era o sinal da graça, e agora ela poderia novamente apresentar seu caso em favor do seu povo: “...escreva-se que se revoguem os decretos concebidos por Hamã, filho de Hamedata, o agagita, os quais ele escreveu para aniquilar os judeus que há em todas as províncias do rei” (Ester 8.5). Mas havia um problema: o rei não poderia conceder esse último desejo à rainha Ester. A lei daquela terra era irrevogável. Uma vez que o rei havia autorizado e selado referida lei com seu anel, ela não poderia ser revertida, “...porque os decretos feitos em nome do rei e que com o seu anel se selam não se podem revogar” (Ester 8.8).

Isso deve nos lembrar das eternas leis de Deus. Quando o Senhor avisou a Adão que ele morreria se comesse do fruto proibido, essa Lei não poderia ser revogada. Daquele dia em diante, cada pessoa na face da terra estava destinada a morrer, desde o momento de seu nascimento. Não existe possibilidade de se revogar uma Lei Eterna de Deus. Portanto, qualquer um que quiser viver sob a Lei, nunca terá a chance de ter a vida eterna. Para podermos escapar da morte eterna, precisamos aprender uma nova Lei. Essa Lei é baseada em uma outra Lei, estabelecida pelo Filho de Deus. João 3.36 diz: “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus”. Esse é o ponto principal da mensagem da Bíblia: a fé no sacrifício substituto do Filho de Deus nos coloca sob a jurisdição de uma nova Lei, a Lei do amor. A morte certamente está sob a Lei antiga; contudo, essa sentença de morte já foi executada sobre o Senhor Jesus Cristo, que pagou pelas nossas transgressões em sua totalidade. Qualquer tentativa em manter leis estabelecidas por assembléias, em guardar certos dias santos ou o sábado, a fim de se obter a justificação, é vã. Nada disso levará à salvação eterna, mas sim à condenação. A Bíblia diz claramente: “Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da Lei, para praticá-las. E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé. Ora, a lei não procede de fé, mas: Aquele que observar os seus preceitos por eles viverá. Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro)” (Gálatas 3.10-13).

No caso da rainha Ester, vemos que uma nova lei teria que ser escrita: “Então, foram chamados, sem detença, os secretários do rei, aos vinte e três dias do mês de sivã, que é o terceiro mês. E, segundo tudo quanto ordenou Mordecai, se escreveu um edito para os judeus, para os sátrapas, para os governadores e para os príncipes das províncias que se estendem da Índia à Etiópia, cento e vinte e sete províncias, a cada uma no seu próprio modo de escrever, e a cada povo na sua própria língua; e também aos judeus segundo o seu próprio modo de escrever e a sua própria língua” (Ester 8.9). Qual era o conteúdo dessa lei? “...o rei concedia aos judeus de cada cidade que se reunissem e se dispusessem para defender a sua vida, para destruir, matar e aniquilar de vez toda e qualquer força armada do povo da província que viessem contra eles, crianças e mulheres e que se saqueassem os seus bens” (Ester 8.11).

Quem eles iriam destruir? Que propriedade eles saqueariam? Anteriormente, vimos que os inimigos dos judeus se identificaram pelos preparativos que estavam fazendo para a sua destruição. Tenho certeza que os judeus sabiam exatamente onde moravam seus inimigos. A lei anterior, redigida por Hamã, havia causado a identificação de tais inimigos.

Um evento similar aconteceu quando Israel estava sob o jugo de Faraó. Depois que Moisés requisitou a liberação do povo, Faraó se recusou a deixá-lo partir e ordenou que os israelitas fossem pelo campo e ajuntassem sua própria palha. Assim fazendo, eles se familiarizaram com os vizinhos egípcios, suas casas, e também o conteúdo destas. Então, quando chegou a hora do êxodo, eles foram até a casa daquelas pessoas e pegaram seus bens mais valiosos.

Os judeus ainda tinham uma sentença de morte pairando sobre suas cabeças, mas também tinham uma nova lei selada pelo rei: “No dia treze do duodécimo mês, que é o mês de adar, quando chegou a palavra do rei e a sua ordem para se executar, no dia em que os inimigos dos judeus contavam assenhorear-se deles, sucedeu o contrário, pois os judeus é que se assenhorearam dos que os odiavam; porque os judeus, nas suas cidades, em todas as províncias do rei Assuero, se ajuntaram para dar cabo daqueles que lhes procuravam o mal; e ninguém podia resistir-lhes, porque o terror que inspiravam caiu sobre todos aqueles povos. Todos os príncipes das províncias, e os sátrapas e os governadores, e os oficiais do rei auxiliavam os judeus, porque tinha caído sobre eles o temor de Mordecai” (Ester 9.1-3).

O livro de Ester.

A rainha Ester arriscou sua vida. Ela estava disposta a sacrificar-se por seu povo e passou a ser a principal personagem envolvida na salvação física da raça judaica. Seu primo Mordecai foi elevado à realeza: “Então, Mordecai saiu da presença do rei com veste real azul-celeste e branco, como também com grande coroa de ouro e manto de linho fino e púrpura; e a cidade de Susã exultou e se alegrou” (Ester 8.15). É importante observar o resultado dessa elevação de Mordecai: “Sucedeu isto no dia treze do mês de adar; no dia catorze, descansaram e o fizeram dia de banquetes e de alegria” (Ester 9.17). É assim que o Senhor trabalha. Em meio à fraqueza, Ele demonstra Sua força; em meio ao desespero, Ele dá eterna segurança. E através da morte, Ele traz a vida eterna. Nenhuma campanha, protesto organizado ou resistência teria ajudado os judeus durante o reinado de Assuero. Apenas a resolução firme da rainha Ester em arriscar a sua vida fez a diferença.

Quando o Evangelho é pregado em verdade, como foi o caso da igreja primitiva em Jerusalém, o Senhor age. Lemos em Atos 2.42-43,46-47: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos”.

Na igreja primitiva eles “perseveravam na doutrina dos apóstolos”. Novamente, não lemos nada sobre qualquer tipo de marchas de protesto, oposição contra o governo, ou de luta contra todos os tipos de maldade social. Porém, a verdadeira dedicação dos crentes ao Evangelho fez com que tivessem o favor do povo. Eles não eram respeitados por sua posição social, mas por causa da sua simples fé, obedecendo ao que o Senhor havia ordenado, pregando o Evangelho a todas as pessoas em todo lugar.

No desenvolvimento da igreja primitiva, nada lemos sobre cruzadas especiais ou grandes eventos ecumênicos, mas sim sobre a adesão à doutrina dos apóstolos. A última frase diz: “...acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos”. Essa é a chave para a evangelização nos últimos dias. É de suma importância fazermos a vontade de Deus. Quando formos obedientes a Deus e nos dispusermos a nos sacrificar pela causa do Evangelho, verdadeiramente o Senhor acrescentará à Igreja diariamente os que forem salvos.

Até o dia de hoje, a festa de Purim é celebrada em Israel e nas casas dos judeus em todo o mundo.

A instituição da festa de Purim
Até o dia de hoje, a festa de Purim é celebrada em Israel e nas casas dos judeus em todo o mundo. É a celebração da vitória da rainha Ester sobre Hamã, o inimigo dos judeus: “Mordecai escreveu estas coisas e enviou cartas a todos os judeus que se achavam em todas as províncias do rei Assuero, aos de perto e aos de longe, ordenando-lhes que comemorassem o dia catorze do mês de adar e o dia quinze do mesmo, todos os anos, como os dias em que os judeus tiveram sossego dos seus inimigos, e o mês que se lhes mudou de tristeza em alegria, e de luto em dia de festa; para que os fizessem dias de banquetes e de alegria, e de mandarem porções dos banquetes uns aos outros, e dádivas aos pobres. Assim, os judeus aceitaram como costume o que, naquele tempo, haviam feito pela primeira vez, segundo Mordecai lhes prescrevera; porque Hamã, filho de Hamedata, o agagita, inimigo de todos os judeus, tinha intentado destruir os judeus; e tinha lançado o Pur, isto é, sortes, para os assolar e destruir. Mas, tendo Ester ido perante o rei, ordenou ele por cartas que o seu mau intento, que assentara contra os judeus, recaísse contra a própria cabeça dele, pelo que enforcaram a ele e a seus filhos. Por isso, àqueles dias chamam Purim, do nome Pur. Daí, por causa de todas as palavras daquela carta, e do que testemunharam, e do que lhes havia sucedido” (Ester 9.20-26).

Veja também em: "RAD-Rede Amados de Deus",  "Um Ministério de Amor" e "PALINS-Palavra Inspirada"

quarta-feira, 10 de março de 2010

RUTE E SUA SÁBIA ESCOLHA


De Mulher pra Mulher“Disse, porém, Rute: 'Não me instes para que te deixe e não me obrigue a não seguir-te; porque, aonde que fores, irei eu e, onde que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo e o teu Deus é o meu Deus.

Rute nasceu em Moabe, uma terra pagã e imoral. O deus de seu povo era Moloque – representado por um malvado ídolo com seu corpo humano de ferro, a barriga oca, onde se colocavam brasas ardentes e fogo, para que seus braços estendidos ficassem incandescentes. E, buscando a prosperidade e abundância na colheita, os sacerdotes colocavam as crianças moabitas vivas, naqueles braços rubros, entregando-as em sacrifício a Moloque, ruflando os tambores, para abafar os gritos dos pequeninos. Era um culto satânico e cruel, como acontecia em todas as nações ao redor de Israel.
Rute, entretanto, teve a felicidade de se casar com um judeu, chamado Malom. Este era filho de Elimeleque e Noemi. Estavam morando em Moabe por causa da fome que viera sobre sua terra, Belém, da Judéia. Rute viera fazer parte de uma família feliz e especial, principalmente por causa de sua fé no Deus invisível de Israel.
Ela ouvia, maravilhada, as histórias do povo de Israel. Como Deus tirara seu povo do Egito, com mão forte e braço estendido. Ouvia sobre a travessia do Mar Vermelho, como passaram, a pés enxutos, dois milhões de pessoas e como as águas se fecharam sobre o exército egípcio que os perseguia... Como Deus enviara o “maná”, um alimento vindo do céu para alimentar, fortalecer e trazer saúde para tão grande multidão no deserto, por 40 anos. Ela ouvia sobre as conquistas de Josué, como Deus lhe dera a cidade fortificada de Jericó, de maneira sobrenatural. E, com todos esses testemunhos da história e da provisão para o seu povo, Rute creu, de todo o seu coração, e fez do Deus de Israel, o seu Deus.
O tempo foi passando rapidamente em Moabe e a tristeza do luto bateu à porta de Rute. Morreram os três homens da família, Elimeleque, seu sogro; seu esposo, Malom e o cunhado, Quiliom, esposo de Orfa, também moabita. Eram três viúvas a chorar diante de tão grande perda. Noemi, a sogra de Rute, resolveu voltar para sua terra, Belém da Judéia. Ela se despediu de suas noras, dizendo-lhes que nada mais restava para ela naquela terra de Moabe, e que ambas, por serem ainda jovens, deveriam voltar à casa de seus pais e continuar a vida. Quem sabe ainda encontrariam um bom casamento entre os moabitas... Noemi não tinha mais filhos para lhas dar e ter descendência ali em Moabe.
Orfa voltou para a sua parentela, despedindo-se com lágrimas de sua bondosa sogra, porém Rute resolveu continuar em sua companhia. Rute havia feito uma escolha radical em sua vida e não abriria mão do que havia conquistado. Ela escolhera ser uma adoradora do Deus de Israel. Ela conhecera o amor e o cuidado desse Deus glorioso com o seu povo por meio de sua história, a agora cria que poderia confiar em sua bondade e misericórdia. Ela se apegou à sogra, dizendo: [...] “Não me instes para que te deixe e não me obrigue a não seguir-te; porque, aonde que fores, irei eu e, onde que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo e o teu Deus é o meu Deus.” (Rt 1.16.) Havia no rosto de Rute uma forte convicção e ela assumira sua identidade naquela família: quaisquer que fossem as circunstâncias ao seu redor, ela iria crer na provisão e no cuidado do Deus de Israel. Agora seus olhos estavam abertos e ela sabia que o Criador do universo era suficiente para cuidar dela, de sua sogra e certamente de sua descendência futura.
As tragédias da vida sempre nos colocam em uma encruzilhada, diante de dois caminhos a escolher: ou a vontade de Deus, com grandes desafios pela frente, ou a inclinação do coração para as coisas mundanas, com conseqüências funestas e irreversíveis... Orfa retornou à velha vida, ao paganismo e cegueira espiritual, porém Rute não podia fechar os olhos ao amor de Deus, apesar de sua viuvez e atual pobreza. Mesmo que o caminho à frente pareça escuro, o passo dado em direção a Deus é seguro e, Nele, se encontra paz. A fidelidade inerente ao caráter divino nos faz caminhar em segurança, mesmo pelo “vale da sombra e da morte”...
Rute foi com Noemi para uma aventura desafiadora. Elas teriam que viajar por estradas muito perigosas, e eram apenas duas mulheres viúvas. Elas iriam chegar a uma cidade onde, em pobreza total, deveriam trabalhar com as próprias mãos e depender totalmente de Deus para o seu sustento. Nem sempre as viúvas eram respeitadas, mas a lei, dada pelo Senhor no Sinai, ordenava que seu povo, na época da colheita, não rebuscasse seu campo, mas que deixasse um pouco do produto da terra para o órfão, a viúva e o estrangeiro. E, quando chegam a Belém, era precisamente a época da colheita de cevada, e Rute foi ao campo de Boaz.
Nada do que acontece na vida, de quem se entrega ao Senhor, acontece por acaso. Deus tem o controle de tudo em suas mãos poderosas. Ele nos guia por seu caminho, quando Nele confiamos. Rute e Noemi estavam para ver o cuidado de Deus em sua história... Deus lhes tinha reservado privilégios tremendos, e que durariam para sempre, por causa de sua escolha sábia de seguir ao Senhor. Ele é o defensor do fraco e do abatido. Ele é o pai dos órfãos e marido das viúvas. Ele é o provedor daquele que coloca sua confiança em suas palavras.
Rute trabalhou com diligência e humildade, colhendo cevada nos campos de Boaz. A notícia de seu carinho com sua sogra a torna respeitada entre os belemitas. E Boaz recebe dela a proposta de ser o seu “resgatador”, o seu “goel”. Rute pede que Boaz compre as terras de Elimeleque e, casando-se com ela, levante descendência àquela família. E ele se alegra muito com este pedido. Boaz era bem mais velho que Rute e elogiou sua sabedoria, revelada em submissão e humildade: “Bendita sejas tu do Senhor, minha filha; melhor fizeste a tua última benevolência do que a primeira, pois não fostes após jovens, quer pobres, quer ricos. Agora, pois, minha filha, não tenhas receio; tudo quanto disseste eu te farei, pois toda a cidade do meu povo sabe que és mulher virtuosa.” (Rt 3.10-11.)
Há lições preciosas na história de Rute para o nosso coração. Boaz elogiou o seu caráter e colocou Rute em posição de honra. Como é importante que cada mulher de Deus seja humilde e busque a vontade do Senhor. Rute ouviu os conselhos de Noemi e se dispôs a fazer o que lhe tinha sido orientado. Quantas mulheres se perdem em experiências traumáticas por causa da tolice de suas escolhas. Vão atrás do que é passageiro e fútil. Hoje a tônica básica norteadora das escolhas, principalmente em termos de casamento, tem sido o prazer, a aparência externa e o proveito financeiro de um relacionamento.
Quantos se casam já pensando que pode não dar certo, e que, se isto acontecer, é só separar... Quantas lágrimas seriam poupadas se houvesse a busca da vontade de Deus nos casamentos... Quanto sofrimento seria evitado se houvesse humildade e sabedoria nas escolhas da vida... Quantos lares ainda estariam de pé se os conselhos de pessoas mais velhas e cheias da sabedoria de Deus fossem ouvidos... Quantas famílias bonitas teríamos, com descendentes abençoados, se nossas jovens, apesar de circunstâncias adversas, tivessem a fé firme e inabalável no Deus Vivo de Israel...
Rute pediu que Boaz a resgatasse, e entrou para a linhagem do “Messias prometido”. Ela gerou um filho, Obede, desse casamento feliz e abençoado. Obede gerou a Jessé e este a Davi. Da descendência de Davi veio o “Salvador”, o “resgatador”, o “goel” de toda a humanidade. Jesus nos comprou com o seu sangue, nos deu um nome (filhos de Deus), uma família e uma pátria, aleluia!
Para reflexão pessoal
Como você agiria, estando em lugar de Rute, quando Noemi despediu dela, falando que voltasse para sua família em Moabe? (Rm 12.1-2.)
Em que você tem baseado as suas escolhas? Na aparência das circunstâncias? Na aparência das pessoas? No retorno financeiro? Ou em Deus e sua Palavra? (Js 24.15.)
Você tem amado sua sogra? (Rm 12.9-21.)
Você tem respeitado seu marido e tem visto em seus filhos uma dádiva divina de alegria e grandes projetos do Senhor em seus planos? (Tt 2.3-4.)
Você teria suficiente humildade para “buscar cevada” junto com os pobres (executar um trabalho mais simples, aquém de sua capacidade), no momento de dificuldade financeira?
O que você acha que precisa mudar em sua vida para melhorar seu relacionamento com seus familiares? Com sua sogra? Com seu esposo?
Você já pediu ao Salvador Jesus para entrar em sua vida e resgatá-la, trazendo paz e salvação? Gostaria de fazer isso agora mesmo? Então ore, dizendo-lhe isto e entregando-lhe o seu coração. (Rm 10.9-13.)
:: Pastora Ângela V. Cintra Fonte Lagoinha.com

MACUMBA EVANGÉLICA PARTE 3

MACUMBA EVANGÉLICA PARTE 2

MACUMBA EVANGÉLICA PARTE 1

MACUMBA EVANGÉLICA






























Ao anunciar esta palestra em rede de comunicação virtual (internet), centenas de irmãos em Cristo, obreiros e pastores das mais variadas denominações e estados brasileiros (e também da América do Norte e Europa) solicitaram que lhes fosse concedida uma cópia do texto, áudio e vídeo, uma vez que não poderiam estar pessoalmente nesta noite, participando da apresentação.

Tal explosão de solicitações vem demonstrar, de forma contundente, que o problema que abordaremos não se restringe a uma denominação, uma região geográfica ou uma opinião isolada. A magia evangélica invadiu igrejas, comunidades, denominações, congressos, vigílias, lares, programas de rádio, televisão, jornais, e hoje a confusão que reina faz estarrecer até o mais cético dos escatologistas.

Parece-nos que o tão proclamado "reavivamento mundial", "nova unção", "despertamento da noiva" e tantos outros títulos que apontavam para uma generalizada conversão maciça da população nacional e mundial, deu lugar ao que é chamado de "A Grande Apostasia do Fim dos Tempos", prenunciada por Paulo em suas epístolas pastorais.

Quero estabelecer alguns limites importantes a esta palestra.

Ela é apenas uma palestra, e não um tratado, uma tese, um livro, um artigo doutrinário ou um curso. Pode ser que no futuro venhamos a concentrar esforços no sentido de recolher material e efetuar análises exaustivas, preparando algo que cubra um tratado, uma tese ou um livro. Esta palestra não pretende ser mais que uma palestra de um pastor de igreja batista tradicional local, com uma linguagem simples, de cunho pastoral, visando alertar o rebanho de Deus a ele confiado quanto as modernas manifestações estranhas no dito "mundo evangélico".

Há um farto material referencial, espalhado em centenas de links pela internet, dos mais variados teólogos e articulistas cristãos ou seculares, cujo conteúdo deve ser criteriosamente lido e analisado, e não pretendemos, com esta palestra, servir de material exaustivo sobre a matéria, senão uma breve análise elementar dos fenômenos neopentecostais modernos, a sua relação e semelhança sincrética com as religiões afro-brasileiras e também com a feitiçaria mundial, apontando referenciais bíblicos na sólida direção da autêntica vontade de Deus e do culto racional, espiritual e bíblico.

Também não é o nosso propósito acusar uma denominação evangélica em particular, uma vez que o fenômeno acontece em muitas denominações por toda a parte, sendo injusta qualquer atribuição de culpa a esta ou aquela denominação.

É importante dizer que, conquanto não acusemos grupos, nossa tese parte da absoluta rejeição do que se conhece hoje por "neopentecostalismo", um sistema moderno de perversão da igreja cristã, que relê a bíblia sob a ótica da prosperidade como fundamento para a fé e que luta com os demônios como causa única de toda pobreza, doença e problemas humanos. O neopentecostalismo tem sido rejeitado de forma ampla pelas denominações cristãs de cunho protestante tradicional, e atualmente também tem sido alvo de críticas dos pentecostais clássicos. O neopentecostalismo tornou-se algo estranho ao evangelho e ao protestantismo.

Nosso propósito é pinçar atos e fatos em cultos de algumas igrejas, filmados e disponibilizados através da internet, que demonstram que, ainda que falem o "evangeliquês", estão longe de serem de fato, evangélicos. É papel da igreja e dos ministros do Evangelho protegerem o rebanho de Deus das investidas de Satanás, que, não raras vezes, traveste-se de Anjo de Luz, faz sinais e maravilhas, opera milagres e, se possível fora, enganaria aos escolhidos de Cristo. Graças, porém, a Deus, que ainda há quem clame pela verdade original da Palavra de Deus.

Essa é a nossa tentativa, e esse é o nosso esforço.

I - CONCEITOS E DIVISÕES CRISTÃS

Há muitas classificações do atual "mundo evangélico" pelos analistas de história da igreja e professores de teologia. A cada dia surgem ramificações em grupos pré-existentes e, não raras vezes, desatualizam nossas tabelas.

Proponho uma tabela que atualiza em um quadro o mundo cristão evangélico e o mundo carismático. Classificaríamos as denominações e grupos da seguinte maneira:

· FUNDAMENTALISTAS - São aqueles que interpretam a Bíblia de forma literal e não aceitam quaisquer outras alternativas. São inimigos de todas as outras ramificações cristãs. Consideram-se a continuidade da Reforma Protestante. Sem nos atermos em sua formação histórica, são críticos das versões modernas da tradução da bíblia e do uso de determinados textos gregos mais populares. São anti-pentecostais, anti-cooperativos, anti-ecumênicos, individualistas e absolutamente rigorosos e independentes. Esse grupo possui nomes, mas também co-existe em igrejas denominacionais separatistas.

· PROTESTANTES (EVANGÉLICOS) TRADICIONAIS - São os "crentes" das denominações evangélicas históricas mais antigas, surgidas na Reforma Protestante ou no tempo dela. São as denominações que deram origem às Missões Modernas e que trouxeram o evangelho ao Brasil. Possuem uma pneumatologia conservadora, não crêem na experiência pentecostal (batismo no Espírito Santo após a conversão, com manifestações visíveis e audíveis de sinais e dons). São estruturados, possuem uma longa história e representam o início de toda igreja cristã evangélica no mundo.

· PENTECOSTAIS - São as denominações evangélicas surgidas após o início do fenômeno Pentecostal, iniciado nos Estados Unidos, em 1906, na famosa Rua Azuza, onde pela primeira vez na história moderna da igreja foram manifestados os modernos "dons de línguas" como provas de batismo com o Espírito Santo. Esse fenômeno atraiu a atenção de crentes ávidos pelo poder de Deus, que, ao presenciarem e admitirem a experiência, originaram novas denominações, seja do zero, seja como facção das antigas. Sua teologia é tradicional, protestante, elaborada, com muita convergência, exceto no que tange à "glossolalia" e ao arminianismo extremado (em alguns casos). Sua liturgia é animada, entusiasmada, e seus cultos são ruidosos, onde todos oram ao mesmo tempo. Estão no Brasil desde 1911, com o início da Assembléia de Deus, em Belém do Pará. São muitas as denominações pentecostais.

· NEOPENTECOSTAIS - Teologia moderna, surgida do pentecostalismo, que, unindo-se à filosofia do "poder da mente", passou a explorar a prosperidade como sinal de bênção divina e, em decorrência da fé, a cura de todas as enfermidades. Eles consideram que os demônios estão em toda parte e devem ser expulsos, através de rituais que misturam elementos bíblicos localizados (exemplo: o novelo de lã de Gideão ou os sete mergulhos de Naamã). Eles crêem em rituais especiais para realizar coisas especiais: quebra de maldições, determinar pela fé, desafios para prosperidade financeira, oração em montanhas de Israel, amuletos para trazer sorte, etc. Seu objetivo é criar mega-denominações e tornar seus líderes autênticos semideuses, com poderes extremos, que decretam anos especiais, curas especiais, revelações especiais. Sua teologia é confusa, mística, sem consistência. Parecem-se pentecostais, pois também falam em línguas estranhas e usam elementos pentecostais, mas fogem à ética cristã pentecostal, não são orientados á conversão, mas a terem em Cristo um poderoso realizador de milagres e doador de bênçãos. Raramente se comportam como autênticos crentes, criando, assim, novos caminhos para a salvação, mediante seus líderes e igrejas. São os maiores "evangélicos" do mundo, crescendo a uma proporção fantástica. Suas denominações geralmente são dirigidas por líderes que se auto-intitulam bispos, missionários, apóstolos, etc. Atualmente estão infiltrados em várias denominações tradicionais e pentecostais, que adotam suas práticas esdrúxulas (noite dos empresários, sessão de descarrego, louvor extravagante, nova unção, etc)

· NEOAPOSTÓLICOS - Não satisfeitos com o que tinham, os neopentecostais evoluíram a um passo mais ambicioso ainda: criaram o chamado "mover apostólico", "poder apostólico", "evangélico apostólico". Trata-se de ressuscitar o dom de apóstolo, equiparando a autoridade de seu líder ao da canonicidade de Paulo, João ou Pedro, tornando a palavra deles como inspirada pelo Espírito Santo. São ambiciosos, desejam dominar o país, possuem poder político e estão influenciando grande parte dos neopentecostais declarados e dos infiltrados neopentecostais das demais denominações, que já estão a consagrar também os seus "apóstolos". Também lutam uns contra outros, buscando dominar um rebanho maior e realizar um apostolado mais poderoso, mais completo.

· CARISMÁTICOS - São os chamados "católicos carismáticos". Até então um grupo separado dos evangélicos. Contudo, com o império do neopentecostalismo e do neoapostolismo, os carismáticos estão se misturando a eles, com a experiência similar de glossolalia, com canções copiadas dos evangélicos, com uma liturgia praticamente idêntica, mantendo, contudo, o credo católico (dulia, hiperdulia e latria). Crêem em santos, em Santa Maria, na Eucaristia, no Purgatório, mas lêem a bíblia, fazem orações, pregam parecido com os evangélicos e falam em línguas estranhas. A Igreja Católica os mantém sob controle. Canção Nova é a maior expressão atual dos carismáticos. Atualmente os neoapostólicos estão realizando "louvor extravagante" e "horas de louvor e adoração" (Casa de Davi, Mike Shea, Marcos Witt) juntos, e grupos musicais neopentecostais (Diante do Trono) comungam e profetizam vitórias e unidade sem mudanças doutrinárias.

Essa é uma classificação pessoal, que varia de professor a professor, de historiador e sociólogo para outro. Contudo, tem servido de referencial para classificar e auto-classificar a nossa posição dentro do evangelicalismo brasileiro e mundial.

II - NÃO HÁ CRÍTICA AO PENTECOSTALISMO

Nossa posição doutrinária batista, tradicional e cessacionista (posição particular deste pastor) não objetiva nem de longe analisar, criticar ou combater a ramificação pentecostal da Igreja Cristã. Além de não haver tempo hábil, não há motivo para faze-lo, pois, quando há respeito de ambas as partes, pode haver um convívio pacífico, sem que se abra mão de princípios, sem que se negue as diferenças, comungando da convergência e mantendo a separação no que é divergente.

O pentecostalismo é o berço do neopentecostalismo, do neoapostolismo ou apostolicismo, assim como o tradicionalismo é o berço do pentecostalismo. Portanto, não nos cabe analisar aqui o berço e as causas do surgimento. Cabe-nos avaliar o resultado.

Ambos, tradicionais e pentecostais, quando lúcidos e não contaminados com o neopentecostalismo, são unânimes em declarar que tal movimento é falso, é grotesco, é estranho ao evangelho, é engano e engodo de pessoas que querem enriquecer às custas do povo, e seus fenômenos ou são mentirosos, ou produto de treinamento mental, ou ação direta de demônios.

III - O SINAL DE ALERTA

Dias atrás um abalo císmico foi sentido em São Paulo, vindo de São Vicente, a primeira cidade do Brasil. Algo raro, mas um abalo sísmico apenas. Foi quando uma notícia "evangélica" acendeu o sinal de alerta:

Profecia lançada, profecia cumprida!

Mídia brasileira anuncia tremores de terra 24 horas após liberação de decreto profético estabelecido pelo Apóstolo Renê Terra Nova no útero da Nação


Lilian Bartira

No dia 21 de abril, em Santa Cruz de Cabrália, Apóstolo Renê Terra Nova e congressistas se uniram para reconsagrar o território de Porto Seguro ao Senhor Jesus, entendendo que a partir do solo materno todo o Brasil será atingido com essa demarcação espiritual.

Cinco escunas conduziram cerca de 800 profetas no percurso que foi marcado com intercessões e liberação de palavras proféticas. Pão, óleo e vinho foram lançados nas águas porto-segurenses como sinal de tomada completa do território brasileiro.

Em Cabrália, outras 500 pessoas já os aguardavam para o segundo momento do ato profético. A fim de estabelecer um memorial eterno de demarcação e posse de um novo Brasil, o Apóstolo Renê Terra Nova fincou uma estaca na primeira faixa de terrra brasileira avistada pelos portugueses.

Contendo óleo de Jerusalém em sua parte interna e a profecia de um outro Brasil em 2008 e rendido aos pés do Senhor em 2010, a estaca foi fincada naquele local ao som de um clamor e de expressões de adoração dos cristãos apaixonados e ansiosos pelo mover de um Brasil diferente.

Pastores de vários estados e representantes da Comunidade Pataxó, dentre eles o Cacique Aruanã testemunharam e se aliaram ao Apóstolo Renê Terra Nova que selou o momento com a palavra de que todo ato profético lançado no mundo espiritual é seguido de um sinal no reino físico num prazo de 24 horas.

No dia seguinte, no púlpito do 9° Congresso de Resgate da Nação, o Apóstolo anunciou o fenômeno císmico que atingiu 5,2 graus na escala Richter e refletido em dezenas de cidades paulistas e em pelo menos quatro outros estados - Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina.

O abalo císmico ocorreu a 215 km de São Vicente-SP. A diferença entre o tremor de terça (22/04) e os que ocorrem comumente é de que ele teve uma proporção pouco comum para o território nacional.

O decreto determinado pelo Apóstolo Terra Nova, debaixo dos céus proféticos do útero do Brasil, foi respaldado por Deus e anunciado aos quatro cantos da nação brasileira. Muitos desconhecem a causa do tremor, mas para os congressistas presentes no evento, apenas a resposta de um ato profético.

Pauta para toda a mídia nacional, o terremoto constituiu-se como emblema de um sinal que estabeleceu o "sim" de Deus para um Brasil que se moverá nos dons do Espírito e levará para todas as nações da Terra um avivamento sem precedentes em toda a história. A prova real e concreta de que nasceu em 2008 um novo Brasil.
(Fonte: site do MIR)


O comportamento desse "apóstolo", seguido por esses "profetas", mostra algo incomum entre o culto evangélico-cristão: elementos como DECRETO, ATO PROFÉTICO, ESCUNAS, ÓLEO, PÃO E VINHO DERRAMADOS NAS ÁGUAS, ÓLEO DE JERUSALÉM, ESTACA FINCADA NA PRIMEIRA FAIXA DE TERRA, PRAZO DE 24 HORAS PARA O EFEITO.

Esses elementos todos, juntos e misturados, demonstram terem sido emprestados não do cristianismo, mas das religiões afro-brasileiras, conhecidas como Candomblé, Umbanda, Quimbanda, e dos trabalhos polularmente apelidados de macumbas.

Toda pessoa é livre para exercer sua religião de espiritismo, mistério, misticismo e feitiços. Mas trazer sincreticamente aquelas religiões e aqueles elementos para o ato de culto a Deus, para selar compromissos e pactos com Deus, fazer coisas similares aos trabalhos de macumba e consagrações para orixás, foi realmente estarrecedor.

Gerou então uma garimpagem pelo extenso mundo visual da internet, aliado às múltiplas informações recebidas de amigos, colegas, irmãos, amigos, e inimigos, através de contatos pessoais, através de correspondências, etc.

Limitar-nos-emos à comparação entre o culto do candomblé, da umbanda e da quimbanda, e a similaridade com esse movimento sincretista esparramado, que não apenas faz esses decretos, como desenvolve atividades de exploração espiritual, apelidado jocosamente de RETETÉ. "Vigília do reteté", "fogo da unção do reteté", "restauração espiritual"
, etc.Fonte JesusSite

terça-feira, 9 de março de 2010

PELOS CORREDORES DO TEMPLO MÓRMON









     Terça, 9 de Março de 2010

Estudos de Seitas      Apologética       Mormonismo
Pelos corredores do Templo Mórmon
Publicado em 9/9/2008
Eguinaldo Hélio de Souza
www.ocp.com.br
Suntuoso. Talvez seja esta a melhor maneira de descrever o Templo Mórmon localizado em São Paulo, aberto ao público de 17 de janeiro a 14 de fevereiro. Milhares de pessoas visitaram diariamente o edifício, cuja construção durou de 1976 a 1978. Devido à necessidade, uma reforma foi empreendida, quando carpetes, móveis e decorações foram trocados. A estátua do suposto anjo Moroni, com sua trombeta, não foi esquecida. Agora, foi colocada sobre o mastro do Templo, reaberto ao público justamente por isso. Segundo um dos líderes, trata-se de “uma cortesia” de seu profeta-presidente, Gordon Hanckley.

Misturando verdades bíblicas com elementos completamente estranhos ao cristianismo, esta religião congrega hoje no Brasil, segundo o último censo do IBGE, algo em torno de 200 mil adeptos. A seita protesta e afirma que, segundo suas próprias estatísticas, já somam 860 mil, sendo 190 mil só no Estado de São Paulo. No mundo, são cerca de 12 milhões. É um número expressivo. Mas, embora diante de uma população de seis bilhões, signifique apenas 0,2%.

Por seu exotismo, o mormonismo sempre chamou a atenção da imprensa. A exposição do templo foi divulgada pelos meios de comunicação como um programa cultural.

Um dado curioso: dos cerca de 100 templos existentes no mundo, cinco estão no Brasil (um ainda em construção). Seu crescimento aqui não é lá grande coisa, ainda mais se considerarmos que já se passaram 69 anos desde que iniciaram suas reuniões em São Paulo, em 19 de maio de 1935. Denominações evangélicas, com pouco mais de duas décadas, já contam hoje com milhões de membros. O que reforça a máxima que circula no meio evangélico: “O Brasil é do Senhor Jesus”.

Não obstante, o Brasil tem grande importância para a seita. E isso fica mais patente com a visita de seu presidente mundial, Gordon B. Hinckley, considerado pelos mórmons um profeta de Deus (veja a galeria com todos os presidentes). Sua vinda ao Brasil, no mês passado, teve como objetivo principal a consagração do templo reformado e, claro, motivar seus discípulos a uma “evangelização” maciça do dos brasileiros. Como estratégia, realizaram, pela primeira vez na história da seita, uma celebração do porte das que acontecem anualmente nos EUA, particularmente no Estado de Utah, fora da América do Norte.

O evento, que ocorreu no estádio do Pacaembu (SP), contou com diversas atrações. Além da presença de “sua santidade”, o profeta Hinckley, a estrutura gigantesca contou com o apoio de 1500 missionários, um coro com 1200 vozes, 1800 dançarinos, 345 cenários vivos e 5000 coreógrafos. O espetáculo, digno de elogios pela sua organização e ousadia, estrategicamente para conquistar o público brasileiro, incluiu elementos do nosso folclore ao apresentar 184 personagens do Sítio do Pica-Pau-Amarelo.

Os mórmons são muito liberais em relação ao folclore e outras festas seculares.

Glamour, luxo e reverência

Para quem visitou o templo em exposição em São Paulo, é fácil imaginar porque muitos são atraídos ao mormonismo: a beleza, o mistério e o exotismo das cerimônias. Realmente, tudo lá é de uma beleza rara (e cara): jardinagem externa perfeita, carpetes luxuosos personalizados, luminárias e vasos de cristais trabalhados, revestimentos de mármores importados, madeiras nobres artisticamente desenhadas à mão, tecidos e paredes com detalhes incrustados de ouro e prata, enfim...

Então, o visitante pergunta: Como tudo isso pôde ser construído? De onde vieram tantos recursos?

Durante a apresentação, o guia do grupo faz questão de destacar que tudo aquilo foi possível graças à contribuição fiel de dízimos e ofertas dos membros. E, mais uma vez, concluímos o que Jesus disse aos discípulos: “... porque os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz.” (Lc 16.8. V. tb. Ef 5.8). Não que reivindicamos construções dessa magnitude para nossas igrejas, inclusive entendemos que o Senhor não habita em templos feitos por mãos humanas (1Co 2.9) e o que mais importa é a qualidade da mensagem do que microfone e caixas de som.

Nas repartições específicas do grande templo que visitamos, somente os adeptos fiéis podem adentrar, exceto nesses dias que antecedem a consagração. Isto tudo torna o mormonismo atrativo, rendendo-lhe uma aura de sagrado toda especial.

Todo percurso no interior do templo dura em média vinte minutos. Nesse período, o visitante conhece diversas repartições ou salas, cada qual com uma finalidade e envolta em solitude e mistério.

Ambientes requintados e especiais

Dos ambientes apresentados, dois, particularmente, chamam a atenção, pela beleza artística e exotismo, e merecem um destaque da visita que fizemos. O primeiro ambiente, de maior significado para a seita, é a magnífica Sala Celestial, símbolo do céu e da eternidade. Como uma estratégia perfeita de marketing, esse o último local a ser apresentado aos visitantes. Quando todos já estavam boquiabertos, o guia da incursão reuniu nosso grupo e comunicou que o próximo lugar que nos levaria tinha um significado todo especial, e que todos deveriam entrar com o máximo de reverência e em absoluto silêncio. Disse ainda que perguntas e comentários não eram permitidos naquele próximo ambiente e que todos deveriam aproveitar aquela oportunidade única para refletir sobre suas vidas, sobre o futuro e sobre Deus. Que fizessem uma prece silenciosa a Ele.

Com certeza, e percebemos isso claramente, muitos daqueles que entraram conosco estavam comovidos e, certamente, aceitariam visitas futuras dos missionários mórmons. Em outro grande salão lateral, onde foram servidos sucos e lanches, todos poderiam tirar suas dúvidas com os missionários. Impressionante!

O segundo local mais importante do templo é o Batistério, onde o tanque batismal repousa sobre o dorso de doze bois tamanho natural e perfeição anatômica impressionante. Em alguns templos ainda mais luxuosos, como os dos EUA, esses bois são todos de ouro maciço, o que encanta ainda mais o visitante. É nesse local que os mórmons se batizam por seus parentes mortos, tenham sido mórmons ou não (veja comentário teológico mais adiante).

O local, um gigantesco complexo, comporta ainda biblioteca, livraria, dormitório, ginásio poliesportivo, anfiteatro, salões de festas e dezenas de salas de reuniões equipadas com vídeos, retroprojetores e todo tipo de facilidades tecnológicas. Tudo isso contando com extrema receptividade e organização.

O outro lado da história

O mormonismo está ligado à pessoa de Joseph Smith, nascido em 23 de dezembro de 1805, no condado de Windsor, Estado de Vermont, Estados Unidos da América do Norte. Ele foi fundador, profeta e primeiro presidente da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

Quando tinha dez anos de idade, a família de Smith se mudou para Palmyra, Nova York. Quatro anos depois, Smith teve sua primeira visão de Deus e de Jesus Cristo, que o instruiu a não se associar a nenhuma igreja existente, denunciando a falsidade de todas elas.

Por volta do ano de 1827, por meio de outra visão, Smith recebeu uma mensagem divina, escrita em placas de ouro, em hieróglifos. Segundo Smith, o “anjo” Moroni lhe apareceu e lhe disse que havia vivido naquela região há uns 1.400 anos. Seguindo o relato, o pai de Moroni, um profeta, tinha gravado a história do seu povo naquelas placas. Quando estavam a ponto de ser exterminados por seus inimigos, Moroni teria enterrado essas placas ao pé de um monte próximo do local onde hoje é Palmyra. Nessa visão, Moroni teria indicado a Smith o lugar em que as placas teriam sido escondidas e lhe deu umas pedras especiais, um certo tipo de lentes, chamadas “Urim” e “Tumim”, com as quais poderia decifrar e traduzir os dizeres das placas.

Smith traduziu e publicou o texto (1830), que recebeu o título O Livro de Mórmon, no qual conta a história religiosa de um povo antigo que viveu no continente norte-americano e que descreve como descendentes dos antigos hebreus.

Em 1830, Smith organizou a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e, imediatamente, começou a enviar missionários para outras localidades. Em virtude da conversão de um número muito grande de pessoas em Ohio, Smith se mudou para lá, e construiu, em Kirtland, um templo.

Mas... isto tudo é cristianismo?

Embora Jesus tenha dito que Ele próprio edificaria sua igreja, e que as portas do inferno prevaleceriam contra ela (Mt 16.18), Joseph Smith fundou esse movimento sobre o pressuposto de que a verdadeira Igreja de Jesus Cristo havia apostatado, abandonado a verdade de Deus. Jesus então o teria enviado para restaurar o cristianismo.

Esta suposta restauração se mostra evidentemente falsa, porque a Igreja resultante dela não se baseia no modelo do Novo Testamento. O princípio da Reforma Protestante, no século XVI, foi comparar o cristianismo da época com o modelo neotestamentário. Em outras palavras, a base da Reforma foi a Palavra de Deus.

Quando, porém, comparamos as doutrinas mórmons com as da Bíblia, é difícil identificar a Igreja dos mórmons como a verdadeira Igreja cristã. Ensinos e práticas estranhos ao evangelho são apregoados por eles. Estão pregando um outro evangelho como se fosse o verdadeiro evangelho. Embora as semelhanças sejam muitas, as diferenças também são. Termos bíblicos não fazem que nenhum conceito ou doutrina seja bíblico, ainda mais se praticado de forma antibíblica.

Doutrinas variadas e estranhas ao evangelho

Bíblia, evangelho, Jesus, anjos, profeta, apóstolo, Deus, Espírito Santo, batismo, dons espirituais, Igreja, volta de Cristo, irmão, irmã, etc, são alguns dos inúmeros termos utilizados pelos mórmons a fim de sejam identificados como cristãos evangélicos. Um leigo nem sempre consegue ver a diferença.

De repente, porém, surgem outros nomes e conceitos que estão muito longe das Escrituras: selamento eterno, batismo vicário pelos mortos, sacerdócio aarônico, sacerdócio de Melquisedeque, garments, etc. Sem falar dos nomes que surgem no Livro de Mórmon e que nada tem a ver com a Bíblia Sagrada: Éter, Nefi, Helamã, Alma, Omni, Jarom, Ênos, etc.

Conhecendo um pouco dessas doutrinas, ficamos chocados com as distorções existentes, e que se classificam facilmente no termo “outro evangelho”, tão condenado pelo apóstolo Paulo (Gl 1.8,9; 2Co 11.4).

Batismo vicário pelos mortos

Ensinam que o batismo é vicário, ou seja, pode ser feito no lugar de uma pessoa (que já morreu) para salvá-la. Este conceito de batismo não procede, de modo algum, das Escrituras. Todas as referências ao batismo bíblico estão ligadas à decisão individual do cristão e, mesmo assim, é uma conseqüência da salvação e não um meio para adquiri-la.

Segundo as Escrituras, a única substituição salvadora foi feita por Jesus (Is 53.4-6; 1Pe 3.18). Salvar alguém pelo batismo equivale a tornar-se um co-salvador, mas Jesus, e Ele somente, é o único Salvador.

As pessoas devem decidir sua condição eterna (salvação ou perdição) enquanto estão neste mundo, não depois. Não há, conforme mostram as Escrituras, como mudarem sua condição diante de Deus após a morte (Lc 16.26).

A única referência bíblica empregada pelos mórmons para justificar esta prática é o texto de 1Coríntios 15.29, que reconhecidamente é de difícil interpretação. Todavia, nele não existe, como costumam escrever, “uma ordenança” de batismo pelos mortos. Há apenas uma referência de Paulo quando fala da ressurreição aos membros da igreja de Coríntios. Não existe outra referência além dessa, seja nos escritos paulinos ou em qualquer outro texto do Novo Testamento. É ilógico desenvolver toda uma doutrina e prática sobre uma passagem única e ambígua.

De qualquer forma, o versículo pode estar se referindo àqueles que se batizam “por causa” dos mortos, ou seja, dos mártires. É sabido que muitos se converteram quando viram a morte honrosa dos cristãos. Paulo, então, estaria argumentando que se esses mortos não ressuscitavam ninguém, de nada valia ser batizado por eles. Essa visão é compartilhada pelos grandes apologistas Norman Geisler e Ron Rhodes. Outro apologista, Gleason Archer, também tem uma interpretação parecida do versículo em pauta. Segundo Archer, o apóstolo Paulo estaria falando de cristãos, não necessariamente de mártires, que, com sua morte, deixaram um testemunho de confiança de que suas vidas estavam salvas em Deus e que, por isso, não temiam a morte. Tal testemunho, apresentado no leito da morte, teria levado os familiares desses cristãos ao batismo.

Vale notar também que o versículo enfocado em momento nenhum diz que os cristãos praticavam algum tipo de batismo em favor dos mortos. Paulo fala em “aqueles que se batizam pelos mortos”. Portanto, segundo esta interpretação, o texto não se referia aos próprios coríntios, mas a algum grupo desconhecido.

Seja como for, todas essas explicações têm muito mais coerência do que a absurda prática mórmon. É impossível sancioná-la com esta passagem das Escrituras: “E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição. Vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos de que, pelo engano dos homens abomináveis, sejais juntamente arrebatados, e descaiais da vossa firmeza” (2Pe 3.15-17).

Outra transgressão bíblica, derivada da doutrina do batismo pelos mortos, é o fato de os mórmons se concentrarem em suas genealogias, algo que o Novo Testamento condena explicitamente: “Como te roguei, quando parti para a Macedônia, que ficasses em Éfeso, para advertires a alguns, que não ensinem outra doutrina, nem se dêem a fábulas ou a genealogias intermináveis, que mais produzem questões do que edificação de Deus, que consiste na fé; assim o faço agora” (1Tm 1.3,4).

No mormonismo, as genealogias são vitais e seus adeptos possuem o maior cadastro de genealogias do mundo. Se a Bíblia nos adverte a não nos ocuparmos com isto, como justificar, perante as Escrituras, a preocupação excessiva com árvores genealógicas?

Selamento eterno

É fácil entender o atrativo que a doutrina do selamento eterno exerce sobre as jovens. Casam-se em uma bela cerimônia, em um lugar cercado de esplendor. E com a promessa de um “casamento eterno” e de serem “deusas” na eternidade. É, de fato, um dote tentador.

Mas isso não é bíblico. Não tem nenhum respaldo nas Escrituras. Nada igual jamais se viu no cristianismo histórico. Embora o casamento seja de extrema importância, de acordo com os padrões bíblicos (Ef 5.22,33), ele, porém, não é divinizador. Aliás, temos de dizer aos mórmons o mesmo que Jesus disse aos saduceus: “Vós errais, não conhecendo as Escrituras...” (Mt 22.29). Jesus lhes mostrou que a vida futura é isenta do relacionamento conjugal existente na terra: “Porque na ressurreição nem casam nem são dados em casamento; mas serão como os anjos de Deus no céu” (Mt 22.30).

Também é importante notar que no entendimento bíblico não existe casamento eterno, uma vez que uma mulher se torna livre da lei do marido quando este falece: “Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido” (Rm 7.2).

Dizer que permanecem unidos após isso é negar o que a Bíblia declara.

Outro evangelho

Embora o mormonismo conte sua história como uma restauração ocorrida por meio do encontro de Jesus como o anjo Moroni, e que na época Jesus havia dito a Joseph Smith que todas as Igrejas estavam corrompidas, as coisas,no entanto, não são bem assim. Ao confrontar estas afirmações com as do Novo Testamento, vemos justamente o contrário:

Nos últimos tempos, alguns apostariam da fé, dando ouvidos a doutrinas de demônios e espíritos enganadores (1Tm 4.1). Ora, Joseph Smith viveu no século XIX e deixou o cristianismo por um evangelho que tinha uma doutrina nova, entregue por um suposto anjo. Se houve apostasia foi dele, e seu perfil se encaixa perfeitamente aqui.

Não devemos aceitar outro evangelho, nem de homens, nem de anjos! Isto está bem claro (Gl 1.8,9; 2Co 11.4). Toda argumentação não passa de uma tentativa sofismática de esconder o óbvio – o evangelho de mórmon não veio de Deus. Antes, é uma maldição.

Além disso, anjos não são seres necessariamente bons. Existem anjos sobre o controle de Satanás (Mt 25.41). E estes seres não são facilmente identificáveis. Podem apresentar-se com a mesma aparência que os anjos de Deus (2Co 11.14). E aqui também nos vale uma análise do versículo 15, onde diz que os ministros de Satanás podem ter aparência de justiça. Assim, a moralidade mórmon não torna o anjo Moroni um anjo de Deus.

Novas revelações

Por aceitarem novas revelações, os ensinos mórmons são extremamente mutáveis, ou seja, se alteram constantemente.

Além desse livro, possuem outros tidos como sagrados: Pérolas de grande valor e Doutrinas e convênios. Mas aceitam revelações atuais, vindas de seus profetas e apóstolos. Dessa forma, sua doutrina está em constante mudança. Uma mudança que os marcou bastante foi a questão racial, pois os mórmons não aceitavam negros no sacerdócio, visto a cor da pele ser identificada por eles, no passado, com a marca de Caim. Todavia, por questões sociais, acabaram cedendo, alegando uma “nova revelação de Deus”. Uma atitude conveniente diante das circunstâncias!

Preexistência da alma

O mormonismo afirma: “Aprendemos que a vida aqui na terra é parte de uma jornada eterna iniciada muito antes de nascermos, quando vivíamos com Deus como filhos espirituais. Viemos à terra para ser testados...”.

A Bíblia não ensina que “vivíamos com Deus como filhos espirituais”. Muito pelo contrário. Ela ensina que vivíamos “em nossos delitos e pecados”, e éramos, por natureza, “filhos da ira” (Ef 2.1,3). Nossa condição só foi alterada quando passamos a crer em Cristo, quando então nos tornamos filhos de Deus (Jo 1.12).

Não há qualquer fundamento bíblico para a preexistência da alma. A Bíblia, porém, ensina que quando o homem é concebido, Deus cria o espírito dentro dele: “Peso da palavra do SENHOR sobre Israel: Fala o SENHOR, o que estende o céu, e que funda a terra, e que forma o espírito do homem dentro dele” (Zc 12.1).

Sacerdócio de Melquisedeque e aarônico

Para uma religião que diz ser a restauração do cristianismo, a IJCSUD possui certas instituições estranhas ao Novo Testamento. Os sacerdócios chamados “Melquisedeque” e “aarônico” são estranhos aos escritos neotestamentários e à história da Igreja. Mesmo que o catolicismo tenha modelado sua liderança à semelhança do sacerdócio levítico do Antigo Testamento, jamais se atreveu a atribuir a esse sacerdócio os nomes acima, concedidos pelos mórmons, pois seria uma distorção ainda maior. Estas instituições são infundadas porque:
• Não existem “ordens sacerdotais” na Nova Aliança, uma vez que todos os crentes são chamados a uma vida espiritual diante de Deus (1Pe 2.5,9).
• O sacerdócio aarônico vigorou somente na Antiga Aliança e, devido à sua impotência, foi substituído pelo sacerdócio de Melquisedeque (Hb 7).
• O sacerdócio de Melquisedeque foi atribuído a uma única pessoa – Jesus Cristo. E, mesmo assim, não nos moldes do sacerdócio de Aarão, mas apenas como alegoria, conforme expôs o escritor de Hebreus (Hb 7).


Judeus, Jesus e o cristianismo na América

O mormonismo é bastante patriótico. Segundo sua crença, ocorreu uma “americanização” do plano de salvação em diversos sentidos. O Livro de Mórmon seria o equivalente a uma versão americana das Escrituras, por ter sido elaborados nos EUA. Seu conteúdo retrata a fictícia existência de uma comunidade judaica que viera para a América nos tempos do rei Ezequias. Após ter ressuscitado, Jesus teria vindo para a América e formado uma Igreja que subsistiu até o ano duzentos, aproximadamente.

Nada disso se harmoniza com as Escrituras ou com a realidade nestas afirmações.

Em primeiro lugar, embora se conheçam provas arqueológicas e históricas de muitas referências bíblicas, o mesmo não acontece com o Livro de Mórmon. Nunca a arqueologia respaldou, com descobertas, os fatos pseudo-históricos das lendas mórmons. Pelo contrário, a arqueologia pode demonstrar o absurdos do Livro de Mórmon. Seus esforços de passar a idéia de que sua “bíblia” é confiável têm sido tão entusiastas que a Smithsonian Institution, renomada instituição científica norte-americana, por ser ilegalmente citada pelas mórmons, achou necessário fazer um pronunciamento oficial afirmando que o Livro de Mórmon não tem nenhum valor arqueológico nem histórico.

Em segundo lugar, após a ressurreição, a Bíblia mostra que Jesus ficou quarenta dias com os discípulos, ensinando-lhes a respeito do reino de Deus (At 1.3) e, depois desse período, subiu aos céus e sentou-se à direita de Deus (Mc 16.19). Se fosse realizar sua missão em outras terras, com certeza Deus não deixaria tão importante fato em oculto.

Em terceiro lugar, Jesus estabeleceu a Igreja em Jerusalém, de onde seus discípulos deveriam partir até alcançar os confins da terra (At 1.8). A partir dali, era a missão deles levar o evangelho para o mundo todo (Mt 28.18-20; Mc 16.15).

Este “espírito americanizador” é tão forte que o reino futuro de Cristo sobre a terra se dará justamente na América. Vejamos o que os mórmons dizem em seu credo: “Cremos na coligação literal de Israel e na restauração das dez tribos: que Sião será reconstruída neste continente [o americano]; que reinará pessoalmente sobre a terra...”. Mas as Escrituras, em momento nenhum, tiram de Jerusalém o título de “cidade do grande Rei” (Mt 5.35). Pelo contrário, a colocam como centro dos planos escatológicos de Deus (Rm 11.26).

Os templos

O verdadeiro cristianismo não possui templos. Não no sentido como é considerado o templo de Jerusalém no judaísmo. Jesus deixou esta questão bem clara no diálogo que teve com a mulher samaritana: “Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar. Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai.Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos, porque a salvação vem dos judeus. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.20-24).

O templo no cristianismo é a própria Igreja, isto é, os remidos, que se tornam habitação e templo do Espírito Santo (1Co 3.16). No cristianismo evangélico, os recintos chamados templos têm apenas a função de locais de culto e, por isso, são respeitados apenas pelo que representam.

No mormonismo, o templo é vital, porque as cerimônias têm poder salvífico e o local se torna, então, um meio de salvação. Para os mórmons, o templo, apesar de lembrar a religião judaica, nada tem a ver com essa religião. São centros de práticas totalmente alheias ao cristianismo.

Uma breve análise do primeiro artigo do credo mórmon

A primeira das treze regras de fé contida no credo mórmon reza: “Cremos em Deus, o Pai eterno, e em seu Filho, Jesus Cristo, e no Espírito Santo”.

Essa declaração soa completamente cristã, bíblica e ortodoxa. Num primeiro momento, não há distinção de qualquer outro credo cristão. Todavia, ao nos aprofundarmos em seus ensinos, vamos descobrindo conceitos estranhos por trás das palavras “Deus, o Pai Eterno”, “seu Filho, Jesus Cristo”, e “Espírito Santo”. Pelo fato de os mórmons se apegarem a fundamentos estranhos às Escrituras (aliás, as Escrituras funcionam apenas como isca), ocorre um desvio total de seus ensinos, como podemos verificar:

Deus é um homem de carne e osso

O “profeta” Joseph Smith disse: “Se o véu se rompesse hoje, e o grande Deus que mantém este mundo em sua órbita, e que sustenta todos os mundos e todas as coisas por seu poder, se fizesse visível - digo se vós pudésseis vislumbrá-lo hoje, vê-lo-íeis em forma de homem...”. “Deus é um homem glorificado e perfeito, um personagem de carne e ossos. Dentro de seu corpo tangível, existe um espírito eterno”.5

“Deus é Espírito”, disse Jesus (Jo 4.24). E sabemos o que Ele quis dizer com isso, pois ensinou que um espírito não tem carne nem ossos: “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho” (Lc 24.39). As afirmações são opostas. O livro Doutrinas e convênios contradiz o que a Bíblia ensina, logo não pode estar certo. O Deus do mormonismo não é o Deus das Escrituras, logo não pode ser verdadeiro.

Jesus foi gerado por relação sexual entre Deus e Maria

“Quando a virgem Maria concebeu o menino Jesus, o Pai o havia gerado à sua semelhança. Ele não foi gerado pelo Espírito Santo [...] Jesus, nosso irmão mais velho, foi gerado na carne pelo mesmo indivíduo que se achava no jardim do Éden e que é o nosso Pai celestial”.6

Ensinar que Jesus, em sua encarnação no ventre de Maria, não foi gerado pelo Espírito Santo é querer destruir os fundamentos da fé cristã e operar um ataque direto ao texto bíblico. Lemos em Mateus 1.18,20: “Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo. Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente. E, projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo”.

Neste caso, temos uma contradição evidente entre as expressões “... não foi gerado pelo Espírito Santo”, ensinada pelo mormonismo, e “achou-se ter concebido pelo Espírito Santo”, segundo a Bíblia.

Ainda conforme a concepção mórmon, em um dado momento da eternidade o Pai resolveu criar o Filho e elevá-lo à categoria de Deus. Antes da criação deste mundo, Jesus teria apresentado ao Pai um plano de salvação. Seu outro “irmão”, Lúcifer, teria se rebelado porque seu plano fora rejeitado e o de Jesus, aceito. Uma narrativa que se assemelha bastante com a mitologia grega e pagã.

A controvertida pessoa do Espírito Santo

A IJCSUD nunca foi muito clara com respeito à pessoa do Espírito Santo. Joseph Smith chegou mesmo a afirmar que o Espírito Santo era apenas a mente do Pai e do Filho.7 No entanto, seu “terceiro deus”, como seria mais propriamente considerar o Espírito Santo dentro do mormonismo, ainda não recebeu um corpo mortal. A teologia mórmon não costuma abordar esta contradição. Mas não se deve dizer que o Espírito Santo não possui um corpo. Na verdade, Ele tem um corpo espiritual, com forma verdadeiramente humana, com cabeça, torso e lábios. Ele pode estar apenas num único lugar ao mesmo tempo.8

Como podemos ver, o Espírito Santo dos mórmons é um outro Espírito Santo, diferente do da Bíblia, assim como o evangelho e o Jesus deles também são outros (2Co 11.4).

Os trezes principais artigos do credo Mórmon possuem uma natureza ambígua e, por conta disso, qualquer pessoa (até mesmo o cristão) sem o devido conhecimento das Escrituras corre o risco de tropeçar. Não são os contrastes entre o mormonismo e o cristianismo que devem nos preocupar, mas, sim, suas aparentes semelhanças.

Em busca dos santos dos últimos dias

O objetivo da nossa apologética não é somente defender a verdadeira fé de desvios doutrinários, mas levar os incautos ao conhecimento da verdade. Os mórmons são cidadãos respeitáveis, bons pais de famílias e pessoas com padrão moral elevado, mas tornaram-se vítimas do pai da mentira. Como cristãos, temos a responsabilidade de indicar-lhes o verdadeiro caminho e não de criticá-los.

Querer desmascará-los, desacreditá-los ou mostrar superioridade intelectual é algo reprovável. Temos de ter a visão do apóstolo Paulo (Rm 10.1-4) que, apesar de reconhecer o engano em que viviam os judeus de sua época, não deixava de orar pela salvação deles. Isso porque não os reconhecia apenas como pessoas perversas, mas como pessoas que tinham zelo por Deus, sem, contudo, terem o conhecimento da verdade.

Para falar aos mórmons sobre o verdadeiro evangelho, precisamos ter um cuidado todo especial. Algumas atitudes a serem consideradas:

• Preparação

É necessário conhecer tanto o ensino bíblico quanto os ensinos mórmons. O ICP fornece excelente material para isso: a Bíblica Apologética, a Série Apologética, a revista Defesa da Fé, um curso de apologética, fitas e livros. Comece a estudar agora e, daqui a alguns meses, você estará apto para esta tarefa.

Existem, ainda, muitos sites de estudos apologéticos que podem ajudar nesta questão.

Sem o devido preparo, é arriscado e difícil tentar esclarecer algo aos mórmons.

• Estabelecer contato

Uma vez conhecendo as doutrinas dos mórmons e as doutrinas bíblicas, você não precisa sair à procura dos mórmons, eles se encarregam de ir à casa das pessoas apresentar seus estudos. Assim, basta você aceitar ou pedir uma visita, a fim de estabelecer contato. Se isso acontecer, dê-lhes uma boa receptividade, trate-os com amor.

• Sinceridade

Não os engane, dizendo que não conhece nada da Bíblia ou da doutrina deles. Admita que é um crente evangélico e que conhece suas publicações, mas que tem muitas dúvidas e gostaria de esclarecimentos. Eles vão abrir um sorriso e se prontificarão a visitá-lo e a ensinar suas doutrinas.

• Saber ouvir

É uma forma de ganhar sua confiança. Não queira replicá-los cada vez que disserem algo que você sabe estar em desacordo com a Bíblia. Quando eles se sentirem mais à vontade, então poderá falar. Questione antecipadamente se pode fazer perguntas caso surjam dúvidas durante o estudo. Mais à frente, poderá até mesmo contar seu testemunho de como se tornou cristão. Não use de atitude arrogante ou superior. Não deboche de suas crenças. Eles são sinceros em sua fé, mesmo que esteja errada. Eles não o ouvirão com respeito se não fizer o mesmo.

• Questione o máximo que puder

Com o passar do tempo, comece a questionar, mas de forma branda e delicada. O intuito é levá-los a raciocinar por si próprios, pois são treinados a aceitar tudo sem questionamento. Não ousam duvidar de nada que o mormonismo lhes ensina. Por isso, perguntas curtas e diretas são meios de libertá-los dessa prisão de consciência. É bem provável que mudem de assunto sutilmente quando não souberem responder. Neste caso, não provoque. Se houver oportunidade em outra ocasião, torne a questionar, sempre em tom de humildade e mansidão.

• Discorde sem contender

Se um mórmon, durante a conversa, lhe der alguma resposta absurda ou sem lógica, não precisa ficar rebatendo indefinidamente. Diga-lhe apenas que não se sente convencido, mas que tudo bem, quer continuar ouvindo. Isso fará que ele se sinta forçado a raciocinar ou a questionar suas afirmações posteriormente, sem, contudo, se sentir constrangido.

Compartimentos do Templo

Sala de Investidura

Nesta sala, tem-se uma visão geral do plano do Senhor para os seus filhos (mórmons). Aqui os mórmons recebem “instruções” acerca de quem são, de onde vieram, por que estão aqui e para onde vão. Nela, “os santos dos últimos dias” aprendem a respeito de sua vida pré-mortal, de sua vida mortal e das bênçãos que podem receber na próxima vida.

Sala de Selamento

A cerimônia realizada nesta sala é, sem dúvida, uma das mais aneladas pelas jovens mórmons. Neste local, a noiva e o noivo mórmon reúnem seus parentes e amigos para serem testemunhas da ordenação do matrimônio para a eternidade.

Sala do Mundo

Geralmente, suas paredes são cobertas por pinturas paisagísticas. As cenas são típicas do mundo sob a maldição de Deus. Reporta-se à expulsão do homem no jardim do Éden e seu enfrentamento diante das disputas, dificuldades, trabalho e suor. James Talmage sugere que esta sala bem poderia ser chamada de sala do mundo degradado.

Sala Terrestrial

Também conhecida como “sala de conferência superior”, combina riqueza e simplicidade. Geralmente, são ilustradas com cenas das terras bíblicas. Nesta sala são ministradas instruções a respeito dos endowents que enfatizam os deveres práticos de uma vida religiosa. Contém, ainda, cortinas de seda que se constituem no “véu do templo”.

Sala Celestial

Todos os objetivos dos convênios observados no templo culminam para esta sala. De acordo com o procedimento padrão da construção de templos mórmons, é costumeiro edificá-la no centro da estrutura. É a mais importante de todas as salas e trata-se de uma representação simbólica do paraíso. Para os mórmons, esta sala alude à vida familiar eterna com o “Pai celestial e Jesus Cristo”.

Outras salas

Sala do Jardim, sala das noivas, sala de selamento pelos mortos, sala dos Élderes, sala do conselho dos doze apóstolos, sala do conselho dos setenta, etc.

Estas descrições estão baseadas na obra de um dos doze apóstolos da IJSUD – James E. Talmage – intitulada A casa do Senhor. Os relatos referem-se ao grande templo de Salt Lake City, sede do mormonismo em Utah, EUA.Fonte: JesusSite